26 de jun. de 2014

Dissertação - A PERSUASÃO EM TEXTOS SINCRÉTICOS

A dissertação recomendada pelo blog do SSU nesta semana tem como objetivo a análise da persuasão em anúncios produzidos pelo Ministério da Saúde. A perspectiva utilizada é a Semiótica Visual, fundamentada nos trabalhos de Jean-Marie Floch e Antonio Vicente Pietroforte. A pesquisa foi desenvolvida por Lyssandra Maria Costa Torres e defendida em 2013 no programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará.

TORRES, L. M. C. A persuasão em textos sincréticos: uma leitura semiótica de anúncios do Ministério da Saúde. 2013. 87f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.


Resumo: Esta dissertação ocupa-se do estudo da persuasão em textos sincréticos à luz da Semiótica Discursiva. Para tanto, discutimos o fazer persuasivo na esfera do percurso gerativo do sentido e o modo como as categorias da dimensão plástica do plano da expressão potencializam o efeito de persuasão em textos sincréticos, a saber, quatro anúncios do Ministério da Saúde. Conduzimos nossa discussão apresentando as definições gerais da persuasão para depois tratá-la em diferentes alçadas: Retórica Aristotélica, Nova Retórica, Linguística e Semiótica Discursiva, em que a persuasão é apresentada como um fazer persuasivo ligado à instância da enunciação. No quadro da teoria semiótica, expomos, com base nos estudos de alguns semioticistas, como Barros (1988; 2005; 2012b), Bertrand (2003), Greimas (1983; 2004) e Greimas e Courtés (2008), as possibilidades da persuasão em cada nível do percurso gerativo do sentido, partindo de alguns conceitos que se ligam a ela, como manipulação, fidúcia e veridicção. Indo além, apoiamo-nos nas contribuições de Floch (1985), e em seus seguidores, como Teixeira (2008; 2009) e Pietroforte (2006; 2007), para apresentar as categorias analíticas da dimensão plástica do plano da expressão (cromáticas, eidéticas e topológicas). A respeito da persuasão no texto sincrético, alguns questionamentos surgiram: se ocorre mais fortemente pela verbal, pela não verbal ou pelas duas dimensões juntas, e, também, se os mecanismos persuasivos exibem conteúdos equivalentes, fazendo-se valer relações semissimbólicas e um efeito enunciativo global. A partir da análise, vimos, dentre outras estratégias, que o enunciador Ministério da Saúde mescla recompensa e ameaça pelos tipos de manipulação, que produz efeitos de subjetividade e objetividade pelas debreagens e que se utiliza de configurações plásticas do plano da expressão para intensificar a persuasão nos textos analisados. Os resultados mostraram que o enunciador ora cria uma imagem de si polida, ora não, apresentando-se, por vezes, como um destinador-manipulador genuíno. 

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